Os botos, os peixes, a vida no Rio Tramandaí – tudo isso está em perigo. Esse rio, que por gerações simbolizou sustento, história e lazer, agora corre o risco de se tornar um grande esgoto a céu aberto. Uma obra de ampliação do sistema sanitário de Xangri-lá e Capão da Canoa, com o aval de órgãos de proteção ambiental, ameaça despejar efluentes na bacia do Rio Tramandaí, comprometendo o ecossistema com dejetos químicos e biológicos.
Essa intervenção coloca em risco não apenas o meio ambiente, mas também o sustento de várias famílias que dependem dessas águas. A justiça, em um primeiro momento, suspendeu a execução do projeto ao reconhecer os perigos. Contudo, de forma surpreendente, a liminar foi revogada, e agora o plano segue adiante. Não podemos aceitar essa agressão ao nosso patrimônio natural. A única solução responsável seria instalar emissários submarinos, lançando efluentes tratados longe da costa marítima para reduzir o impacto ambiental.
Cada descarga de resíduos no Rio Tramandaí representa um golpe ao equilíbrio ambiental da região, ameaçando a biodiversidade e contaminando a água essencial para a vida local. Esse impacto atinge diretamente as comunidades que dependem do rio, afetando a pesca, a fauna, e a flora aquática que sustentam o ecossistema e a economia local. Este é um apelo a todos os gaúchos que amam o litoral: precisamos nos mobilizar para impedir que a poluição desenfreada destrua as águas que sustentam nossa cultura e história, que garantem um futuro saudável para as próximas gerações.
Essa situação vai além do veraneio. Se nada for feito, nossas crianças ouvirão as histórias das pescarias sob a ponte entre Tramandaí e Imbé como lendas de um passado remoto, um tempo em que botos, peixes e tardes de pesca em família eram comuns.
Como deputado, reafirmo meu compromisso de lutar por medidas que preservem nosso litoral e protejam nossa gente. O momento de agir é agora.