A Assembleia Legislativa instalou a Comissão Especial para analisar a atuação das concessionárias de energia elétrica no Rio Grande do Sul. A criação dessa CPI não é pauta de conveniência política, mas uma necessidade urgente diante da realidade que os gaúchos enfrentam a cada temporal. Fui o primeiro deputado de direita a apoiar sua instalação, e faço isso com base na minha experiência direta nas catástrofes que assolaram nosso Estado, quando vi de perto famílias inteiras abandonadas pela precariedade no fornecimento de energia.
O problema é recorrente, tanto no interior quanto na região metropolitana. Cada chuva mais forte expõe a fragilidade das concessionárias, em especial a CEEE Equatorial e a RGE. Faltam planejamento, agilidade e transparência. O resultado são prejuízos incalculáveis para cidadãos, comerciantes, produtores e hospitais. É inaceitável que em pleno século XXI a população fique dias sem energia elétrica.
Nosso trabalho na Comissão não vai se limitar a cobrar manutenção. É preciso exigir planos de contingência, protocolos de resposta e investimentos que estejam à altura dos desafios climáticos que nosso estado enfrenta. Em Santa Catarina, a Defesa Civil atua em parceria com as concessionárias para garantir respostas rápidas. Por que aqui não pode ser assim?
A CPI também tem o papel de investigar a atuação da AGERGS, a agência reguladora estadual. Se a regulação não funciona, a privatização se transforma em um peso para a sociedade. Deixo claro: defendo as boas privatizações, mas somente quando acompanhadas de eficiência e fiscalização. O que temos hoje não é eficiência, é descaso.
A transparência é condição básica. Precisamos saber quais são os planos de investimento, a capacidade operacional e as metas dessas empresas. A persistência de falhas ano após ano não pode ser tratada como normalidade. O gaúcho paga caro pela energia e tem o direito de receber um serviço confiável.
O trabalho dessa Comissão não terá cor partidária. O bem-estar da população precisa estar acima de qualquer bandeira ideológica e o Legislativo tem o dever de fiscalizar e coibir os erros de concessionárias que vêm tratando a população com descaso.
A CPI é a oportunidade de virar essa página. Vamos em busca de soluções reais, práticas e urgentes. Nosso objetivo é claro: garantir que os gaúchos possam contar com energia elétrica estável, transparente e de qualidade. A sociedade exige isso. E nós, como representantes do povo, temos a obrigação de entregar.