Na última semana, a diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, Janaina Venzon, trouxe à tona uma importante discussão sobre os limites do aceitável em materiais didáticos distribuídos pelo poder público às escolas do país.
Ao denunciar o uso do livro O Avesso da Pele por conter vocabulários considerados de baixo nível para alunos adolescentes, o posicionamento da diretora recebeu apoio do deputado Capitão Martim (Republicanos), presidente da Frente Parlamentar Contra a Doutrinação Ideológica no Ensino da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que expressou preocupação com a proteção da infância e juventude contra conteúdos impróprios.
“Estou vigilante quanto a abordagens didáticas que possam influenciar negativamente, ou induzir prematuramente crianças à sexualidade”, afirmou o deputado. “Nosso compromisso é com a proteção da infância, assegurando que os jovens não sejam expostos a conteúdos inadequados a sua idade, incluindo linguagem vulgar ou temas sexuais em materiais didáticos.”
Martim salientou que a preocupação não reside no conteúdo intrínseco da obra, como o racismo abordado em O Avesso da Pele , mas sim na sua aplicação de linguajar impróprio no ambiente escolar. “Tal postura não constitui censura, mas uma defesa pelo ensino que respeite as fases de desenvolvimento”, esclareceu.
A abordagem sobre o racismo na sociedade, segundo Martim, deve ser realizada com sensibilidade, especialmente em ambiente escolar, onde adolescentes estão em formação. “A obra direcionada a alunos adolescentes aborda o racismo, mas com linguagem chula e desmedida para jovens em formação”, criticou o deputado.
Martim reforçou que a proteção da infância e adolescência não é uma questão de censura, mas sim de resguardar os jovens contra terminologias inadequadas e impróprias para a idade.
“A obra pode destacar-se pela sua excelência ao abordar a questão do racismo na sociedade atual. É claro que respeitamos inteiramente a liberdade do autor para tratar o tema conforme sua visão. Contudo, é necessário exercer cuidado no ambiente escolar para evitar o uso de linguagem inapropriada para os estudantes”.
A denúncia levantada pela diretora Janaina Venzon e o apoio do deputado Capitão Martim ressaltam a importância de garantir que os materiais didáticos utilizados nas escolas respeitem a linguagem adequada à faixa etária do público-alvo.
“Acredito que esta é uma discussão necessária. Certamente irá fomentar debates sobre o papel dos pais, educadores e parlamentares a respeito da proteção da infância e juventude contra conteúdos considerados inadequados para sua faixa etária”.
O deputado ressaltou a importância de ensinar os estudantes para promover uma sociedade mais justa e solidária, alinhando-se ao posicionamento da diretora Janaina Venzon. “Educar nossos estudantes para o bem, para tornarem-se cidadãos preocupados com a construção de uma sociedade melhor e mais justa para todos. Nesse sentido, podem contar sempre com meu apoio”, afirmou.