Deputados gaúchos participam de intercâmbio promovido pelo Governo dos Estados Unidos

Os deputados Capitão Martim (Republicanos) e Delegada Nadine (PSDB) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, viajaram para os Estados Unidos, entre os dias 5 e 16 de abril de 2025, a convite do Department of State (Departamento de Estado norte-americano), por meio do IVLP – International Visitor Leadership Program (Programa de Liderança para Visitantes Internacionais), para participar do intercâmbio “Recuperação Resiliente e Fortalecimento da Preparação para Desastres”.

“Participei desta imersão e reafirmo meu compromisso cada vez mais na atuação da proteção do nosso povo, políticas para a Defesa Civil e também com a reconstrução do Rio Grande do Sul. Mas não basta reconstruir o que foi perdido. Precisamos construir um novo paradigma de gestão de risco, com foco na prevenção, na preparação e na resiliência. E, acima de tudo, precisamos formar um exército de voluntários preparados, reconhecidos e valorizados — porque nenhuma muralha é mais forte do que um povo unido e consciente do seu papel.” afirma Martim.

Nos Estados Unidos, os parlamentares percorreram cidades com diferentes geografias e histórias de enfrentamento a desastres naturais. Em Charlotte e Asheville, no estado da Carolina do Norte, conheceram estratégias de planejamento urbano baseadas na inteligência geográfica e no respeito à dinâmica natural das águas. 

Nessas cidades, áreas historicamente vulneráveis foram convertidas em zonas de absorção: parques lineares, reservas ambientais urbanas, bacias de contenção e faixas de segurança alagáveis que reduzem o impacto direto das cheias. Além disso, foram observadas a adoção de construções resilientes, edificadas com materiais e técnicas preparados para suportar alagamentos e inundações recorrentes.

Em Louisville, no Kentucky, Martim e Nadine visitaram centros de comando de última geração. A cidade opera um sistema de resposta integrado, em que a tecnologia e a comunicação entre as diferentes esferas do poder público fazem toda a diferença. Quando o alerta é acionado, o plano entra em curso. Cada agente, de cada órgão, sabe exatamente sua missão. Os dados chegam em tempo real, os recursos são ativados sem burocracia, e as vidas são protegidas com estratégia e rapidez. 

Já em Nova Orleans, Louisiana, foi que a dimensão da tragédia vivida se aproximou da realidade da região metropolitana de Porto Alegre. A cidade foi devastada em 2005 pelo furacão Katrina, que deixou quase 2 mil mortos e 80% do território submerso. 

Em resposta, os Estados Unidos investiram cerca de US$14,5 bilhões no HSDRRS – Hurricane and Storm Damage Risk Reduction System (Sistema de Redução de Danos por Furacões e Tempestades). 

Trata-se de um complexo sistema de proteção que combina:

• Mais de 560 quilômetros de diques que cercam a cidade como uma muralha;

• 73 pumping stations (casas de bombas) de alta capacidade, projetadas para expelir bilhões de litros d’água em poucas horas;

• Canais de drenagem interligados à comportas automatizadas, com sensores climáticos e acionamento remoto;

• Barreiras contra tempestades costeiras, como a Lake Borgne Surge Barrier, considerada a maior obra do gênero já construída nos Estados Unidos.

A maior parte de Nova Orleans está situada abaixo do nível do mar, o que a torna vulnerável às inundações do rio Mississippi, tempestades tropicais e furacões do Golfo do México. Sua geografia, marcada por uma intensa interação com rios, canais e áreas alagáveis, apresenta forte semelhança com a região metropolitana de Porto Alegre. A cidade passou a operar dentro de um plano regional integrado, em que cada município do entorno atua sob o mesmo protocolo, dentro de um sistema unificado de resposta. 

Organização Comunitária: Um dos pontos que mais se destacaram durante o intercâmbio, foi a organização dos voluntários. Existe nos Estados Unidos uma cultura de voluntariado institucionalizada, treinada e levada a sério. Grupos civis atuam em parceria com o poder público, com estrutura, formação continuada e integração aos centros de comando de emergência. Eles atuam operando equipamentos, realizando triagem de vítimas, coordenando abrigos temporários e atendem famílias em situação de vulnerabilidade com rapidez e dignidade. O voluntariado nos Estados Unidos não é improviso: é parte do sistema.

“Quero trazer para nosso estado os bons exemplos de voluntariado e organização. Vou permanecer lutando pela proteção da nossa gente e dos nossos municípios. O céu pode voltar a escurecer de novo. As águas podem voltar a subir, mas tenha certeza, que desta vez, o Rio Grande do Sul vai estar pronto.”, exclama Martim.

A deputada Delegada Nadine (PSDB) destacou a relação entre voluntários e governos locais em situações de emergências climáticas: “Em relação ao voluntariado, percebemos que é importante pensarmos na reorganização de processos e que, apesar de enfrentarem problemas semelhantes, aqui busca-se evidenciar as competências de cada um em uma cooperação clara, sem distinções e sem apontar dedo, entre voluntários e governo”., cita a deputada.