Para aprimorar a preparação do Rio Grande do Sul frente aos eventos climáticos cada vez mais frequentes, a Frente Parlamentar de Proteção e Defesa Civil, presidida pelo deputado Capitão Martim (Republicanos), realizou reunião nesta sexta-feira (28) no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Durante o encontro, foram apresentados estudos detalhados baseados nas experiências da tragédia climática que atingiu o estado em maio deste ano.
A Importância da Iniciativa
O deputado Capitão Martim abriu a sessão destacando a importância da iniciativa. “Nossa missão é desenvolver estratégias eficazes para proteger a população gaúcha dos desastres naturais e criar multiplicadores de conhecimento para melhor enfrentamento de catástrofes. Precisamos estar preparados para prevenir, mitigar e responder de maneira rápida e eficiente aos eventos adversos”, afirmou. A reunião reuniu representantes de prefeituras, câmaras municipais, bombeiros civis e militares, Marinha do Brasil, equipes de voluntários, empresários e estudantes, fortalecendo a cooperação entre diversos setores.
Contribuição Acadêmica
Autor do estudo apresentado, coordenador do Grupo de Pesquisa em Desastres Naturais do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Professor Dr. Masato Kobiyama, abordou diversos temas fundamentais. Entre eles, destacou conceitos e classificações dos desastres, a aplicação da hidrologia, as mudanças climáticas e eventos hidrológicos extremos, além dos aspectos e impactos da tragédia que afetou o Rio Grande do Sul.
Em sua palestra, Kobiyama ressaltou que muitas vezes os métodos artesanais utilizados por agricultores para medição de chuvas têm se mostrado mais eficientes que caríssimos instrumentos tecnológicos. Ele elencou dez pontos fundamentais para o preparo do Estado na prevenção, mitigação e enfrentamento de desastres naturais:
- Fortalecimento da população: Educar os cidadãos sobre o que fazer e como agir em situações de desastres.
- Capacitação de funcionários de carreira: Ter profissionais preparados para atuarem nas Defesas Civis.
- Fortalecimento dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs): Engajar os próprios cidadãos, que conhecem os problemas enfrentados, na proteção civil.
- Estabelecimento de convênios com universidades e instituições de pesquisa: Colaborar com entidades acadêmicas para aprimorar estratégias e conhecimentos.
- Formação de equipes multiplicadoras de conhecimento: Informar e preparar equipes para disseminarem conhecimentos, incentivando a criação de Centros de Estudo e Pesquisa em cada região do Estado.
- Ativação dos Comitês de Bacias Hidrográficas: O RS possui 25 bacias, cada uma com um comitê, cuja atuação precisa ser mais conhecida e eficaz.
- Programa Estadual de Bacia Escola: Treinar crianças desde cedo para entenderem a natureza e garantirem maior conscientização ambiental.
- Reconhecimento da limitação das obras arquitetônicas: Entender que nenhuma obra tem 100% de eficácia, pois é impossível prever com exatidão as forças da natureza.
- Educação sobre Redução de Riscos de Desastres: Inserir o ensino sobre desastres na grade curricular das escolas.
Kobiyama concluiu que essas medidas são essenciais para preparar o Estado para futuros desafios naturais.
Desassoreamento do Guaíba
A vereadora Fernanda Barth (PL), presidente da Frente Parlamentar da Orla do Guaíba na Câmara de Porto Alegre, destacou a urgência do desassoreamento do Guaíba e seus afluentes como uma medida preventiva essencial. “Graças à pressão, a dragagem e desassoreamento dos rios da bacia do Guaíba até a Lagoa dos Patos estão avançando. Este é um passo vital para evitar inundações e aproveitar a segunda maior área hidroviária do Brasil”, afirmou.
Envolvimento Comunitário
“A participação da comunidade é crucial para construirmos um plano robusto e eficaz de defesa civil. Queremos somar esforços e ideias para tornar o Rio Grande do Sul mais resiliente”, declarou o deputado Martim, enfatizando a necessidade de envolver gestores públicos e equipes da Defesa Civil.
Áreas Fundamentais de Atuação
- Prevenção: Medidas para evitar a ocorrência de desastres ou reduzir sua frequência.
- Mitigação: Ações para minimizar os impactos dos desastres inevitáveis.
- Preparação: Estruturas e treinamentos necessários para garantir uma resposta eficiente.
- Resposta: Procedimentos imediatos durante e após um desastre.
- Recuperação: Planos para restabelecer a normalidade e reconstruir áreas afetadas.
Coordenadores regionais da Frente Parlamentar
O deputado Capitão Martim enfatizou a necessidade da participação ativa de todos os setores na proteção civil. “Não podemos esperar pelo governo. A proteção deve começar por cada um de nós”, declarou, incentivando a mobilização através da Frente Parlamentar de Proteção e Defesa Civil e estabelecendo coordenadores regionais.
“Não podemos esquecer o desastre que assolou nosso Estado. A proteção civil é uma responsabilidade de todos. Juntos, podemos construir um sistema mais seguro e preparado para enfrentar os desafios futuros”, concluiu o deputado, que finalizou destacando a importância do engajamento de todos. “A colaboração entre comunidade, gestores públicos e especialistas é essencial para construir um Estado mais resiliente e preparado para o futuro”.