O deputado Capitão Martim (Republicanos) esteve vistoriando áreas assoreadas no Guaíba e alertou sobre a grave situação do rio que recebe sedimentos de outras regiões e, em alguns pontos, formou imensos bancos de areia.
“Estive vistoriando o Rio Guaíba, no lado oposto do Estádio Beira-Rio, para verificar a profundidade e o assoreamento. Pude constatar que, nesse ponto, formaram-se imensos bancos de areia. Para se ter uma ideia, a Carta Náutica estabelece a profundidade que reflete a média de quando o Guaíba esteve mais seco. Na região onde vistoriei, a profundidade era para ser de 90 cm na pior seca, mas atualmente há bancos de areia onde é possível caminhar com água na canela”, relatou o deputado.
O deputado apontou que na ocasião de sua vistoria, o nível do Guaíba estava 1,88m acima do nível de redução. “Quando o Guaíba baixar mais, vão se formar ilhas. Os canais de navegação, com resultado nas enchentes de maio, foram pouco afetados. Portanto, o problema não é de agora. Foram anos de sedimentos sendo acumulados sem manutenção. É necessário que se faça uma dragagem urgente nos canais de navegação do Guaíba. Isso é uma situação de segurança de navegação e eficiência do porto da Capital”, enfatizou Capitão Martim.
A dragagem é vista como a principal obra emergencial. “Além dos impactos econômicos, vai ter efeito contra futuras inundações. Esse banco de areia específico próximo ao Estádio Beira-Rio é um indicativo do que está acontecendo em todo o Rio Guaíba. As dragagens são necessárias em todos os municípios ribeirinhos, nos arroios, córregos, rios que há anos não são dragados. O que tem impacto direto nos casos de inundações que estamos vivendo seguidamente no Rio Grande do Sul”, explicou o deputado.
Os grandes afluentes, como Taquari, Caí e Jacuí, também precisam de dragagem pontual baseada em estudos hidrológicos. “Estes estudos já estão sendo elaborados pela Secretaria do Meio Ambiente, e estou buscando junto ao comando do 5º Distrito Naval a utilização do equipamento ‘Side Scan Sonar’, similar a um mini torpedo que o navio reboca para escanear o perfil do canal de navegação do porto de Porto Alegre até o farol de Itapuã para um mapeamento”, afirmou Martim.
A dragagem, além de cara, é demorada, e deve ser pontual para economia de recursos e agilidade. “Estou atuando em inundações desde setembro de 2023 e sei da lentidão, tanto no atendimento dos desabrigados, quem dirá para ações de prevenção. Muitos municípios do Vale do Taquari sequer restabeleceram a comunicação desde o ano passado. Se cada município tivesse, por exemplo, um equipamento StarLink, estaria resolvido”, criticou o deputado.
Martim ressaltou a importância da união de esforços para a prevenção. “São coisas simples que até agora não foram resolvidas. Temos sim que trabalhar na reconstrução, mas é fundamental unir esforços para a prevenção”.